Jovem morreu aos 23 anos; corpo foi achado no Portão do Inferno; investigação foi marcada por polêmica
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ISA SOUSA
DA REDAÇÃOO procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra anunciou, nesta sexta-feira (9), que o Ministério Público Estadual decidiu manter o arquivamento do Caso Eiko Uemura.
Em entrevista coletiva, o chefe do MPE afirmou que a morte da estudante tem fortes indícios para suicídio. A tese de que Eiko teria sido torturada, espancada, morta e jogada o Portão do Inferno, localizado em Chapada dos Guimarães, a 40 km da Capital, foi descartada pelo órgão.
A jovem morreu em abril de 2009, aos 23 anos. Seu corpo foi exumado e a Polícia Civil, durante muito tempo, trabalhou com tese de homicídio.
O caso se tornou polêmico a partir do momento em que o delegado Márcio Pieroni, então no comando da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá, apontou para um amante de Eiko como sendo autor do assassinato.
Pieroni está preso, sob suspeita de fraudar inquérito sobre a morte do juiz Leopodino Marques do Amaral.
O parecerConforme parecer do médico legista Luis Carlos Galvão, que se baseou na perícia feita no local, no laudo de necropsia e em um segundo laudo, este de exumação, dois fatos marcam a tese de suicídio.
"O primeiro deles é a forma que a vida de Eiko estava conturbada e o segundo, o bilhete deixado por ela, com frases no passado, típicas de um suicida", revelou.
Galvão ressaltou que são três as fases do suicida: de ambiguidade, de probabilidade e de decisão.
"A última é o gargalo do funil, é quando a pessoa já está convicta do que fará. Portanto, é comum relatos de que, supostamente, a pessoa estava bem e, "do nada" se suicidou. Na verdade, ela já estava decidida", completou.
Segundo relatório, as causas da morte foram luxação e fratura cervical com lesão muscular, o que ocasionou parada cardiorespiratória imediata.
De acordo com Ferra, o suicídio não pode ser confirmado porque a jovem, por exemplo, pode, ao invés de ter saltado voluntariamente, ter sido obrigada a se jogar.
Outro ponto é que, com o arquivamento do inquérito, alegando-se suicídio, não seria possível que o mesmo voltasse a ser reaberto, caso novos fatos aparecessem.
Perfil de Eiko
Os bilhetes deixados por Eiko, pouco antes de sua morte, são fortes indícios suicídio, conforme o grafologista Eduardo Evangelista, tese reafirmada pelo médico legista Luis Carlos Galvão.
De acordo com Evangelista, embora a análise dos bilhetes tenha sido feita a partir de uma foto do que Eiko escreveu, foi possível assinalar características de personalidade da jovem.
Entre elas, destaque para reserva e prudência no contato com o mundo; repressão e sufocamento das inclinações naturais, que geralmente leva ao desenvolvimento de neuroses; teimosia silenciosa, indicando que a pessoa guardava muito suas emoções, discordava e não explodia; dificuldade de diálogo e, por fim, sonhadora. - Fonte: Midia News
O Processo Penal como sismógrafo da Constituição e o Supremo Tribunal Federal - teoria, análise crítica e práxis - por Júlio Medeiros.
Nélson HUNGRIA
"Ciência penal não é só interpretação hierática da lei, mas, antes de tudo e acima de tudo, a revelação de seu espírito e a compreensão de seu escopo para ajustá-lo a fatos humanos, a almas humanas, a episódios do espetáculo dramático da vida." (Hungria)
sábado, 10 de setembro de 2011
Caso Eiko Uemura: MPE arquiva inquérito e aponta para suicídio da jovem
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